terça-feira, 17 de maio de 2016

E se fosse contigo

O programa "E se fosse consigo" é realmente de uma utilidade pública gigante. O de ontem impressionou-me pela positiva ao ver que as pessoas se arriscaram e defenderam seriamente a vítima, sempre de forma educada, o que é absolutamente necessário numa situação destas, não vá o tipo que já está alterado ainda se alterar mais, mas por outro lado, pela negativa, ao ver as que simplesmente passaram e andaram, algumas por indiferença e outras até acredito que fosse por medo. Gostei principalmente da senhora mais velha com as muletas que não arredou pé, estava a ver que o rapaz levava com a muleta, acho que pouco faltou.

Este programa serve também para nos observarmos dum outro ponto de vista, ou seja, se fosse eu que estivesse nesta situação e não agisse, que pensaria de mim própria? E se fosse eu a passar ao pé do casal, será que interviria? Quero acreditar que sim, mas e se não o fizesse? Estava agora a pensar que tinha sido cobarde e egoísta. Esta coisa de vermos nas costas dos outros as nossas, ajuda a compreender melhor todo o contexto e as nossas atitudes. 

E, depois, a questão importantíssima, vital até, da violência do namoro, a física  e a psicológica. É aterrador saber que muitos jovens ainda se consideram donos da/do namorada/namorado e acham que têm poder para controlar, decidir e invadir. Como serão estas pessoas em adultas? Irão continuar a agredir e de forma mais agravada, com certeza. Como fazer com que estas pessoas mudem os seus comportamentos e se tornem pessoas assertivas? Será possível? Esta problemática tem que ser seriamente equacionada, formar as pessoas para não se manterem num cenário de agressão e encaminhar os agressores para psicólogos e psiquiatras. Sim, há pessoas más e muitas que nunca vão mudar (sugiro como tortura inicial arrancar as unhas, uma a uma), mas acredito que muitos dos agressores foram vítimas durante algum período das suas vidas e deveriam ser ajudados para perceberem as razões da sua raiva, mágoa e revolta, enfrentarem estas emoções e terem as ferramentas para lidar com elas e, assim, terem uma vida "normal".

E, por fim, o melhor deste episódio, as respostas dos miúdos de 10/11 anos... arrepiante a segurança e a precisão na forma como descreveram o que é ou não amor; um dos rapazes a explicar com um mensagem de "pá vejam lá se entendem de uma vez por todas": se uma pessoa gosta da outra não quer fazer-lhe mal, se quer é porque já não gosta dela. Está tudo dito!!


4 comentários:

  1. Tive pena de perder o programa mas acho-o de extrema utilidade. Os agressores e preconceituosos até devem mudar de canal :))))

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    1. Ah sim de certeza, devem pensar que são só parvoíces e que têm 1000 razões agir como agem. A questão é: como vamos mudar esta realidade?

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  2. Ainda não vi o programa, mas hoje á noite não o perco. Tenho gostado imenso da abordagem deles.
    Beijinhos

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    1. Por completo vi este e o da semana passada e também estou a gostar muito, acho que poderá mudar algumas certezas e preconceitos.

      Beijinhos :)

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